«Organograma/organigrama»
Até os erros estrangeiros copiamos
«O PÚBLICO pedia a Marina Costa Lobo e António Costa Pinto que avaliassem o organigrama do XIX Governo de Portugal» («Equipa pequena pode aumentar risco de desgoverno», Nuno Sá Lourenço, Público, 24.06.2011, p. 6).
Pois é, mas Rodrigo de Sá Nogueira escreveu no Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem que «esta é errada, deve-se evitar. Em organismo, organista e organizar entram o radical organ + os sufixos -ismo, -ista, -izar. — Escusado será dizer que não foi nenhum português que criou a forma organigrama: ela foi pura e simplesmente adaptada do neologismo francês organigramme, cuja formação, se não estou em erro, não é regular em francês. O que seria regular em francês, creio eu, seria organogramme, paralelamente a organogénie, organographie, organoplastie, organoscopie» (Lisboa: Livraria Clássica Editora, 4.ª ed., 1995, pp. 314-15).
Para agravar, muitos dicionários nem sequer distinguem, registando como se ambas fossem igualmente legítimas.
[Texto 210]