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Linguagista

Tradução: «agent en faction»

Sr. agente

 

 

      Uma mulher foi raptada numa rua de Paris. A guardar a cena do crime, fica, durante toda a noite, um agent en faction. «Agente de vigia», verteu o tradutor. Não diríamos melhor de plantão, porque estar de plantão é estar de vigia? Ou só na esquadra é que um agente está de plantão?

      «A porta da antecâmara abre-se e o agente de plantão acode, espavorido» (Uma Aventura Inquietante, José Rodrigues Miguéis. Lisboa: Editorial Estampa, 1981, p. 78).

 

[Texto 1046]

«Five-dollar words»

Caro Paulo Rangel, se nos lê

 

 

      «Costumo ler», escreve-me Francisco Agarez, «com atenção os artigos de Paulo Rangel no Público, às terças-feiras. Acho-os inteligentes, estimulantes e globalmente bem escritos, pese embora alguma propensão para o “falar caro”. É rara a semana em que não tropeço num sinal dessa propensão. Hoje, por exemplo, escreve o articulista no parágrafo 2. do seu artigo [«Em defesa de mais liberdade para os deputados», p. 28]: “Alguns, mais maquiavélicos, chegaram a insinuar que se curava de uma manobra de facção, industriada por nostálgicos de Sócrates, que querem atrapalhar a liderança de Seguro.” É da minha vista ou nada autoriza esta utilização de “se curava” em vez de “se tratava”?»

      Eu não usaria, é o que posso dizer. E também noto essa escusada propensão — que tem cura. Faz-me lembrar uma personagem de um livro de um autor norte-americano que estou a ler: He also used the big words, the five-dollar words...

 

[Texto 1045] 

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