Que rica televisão
Vejam, vejam, alienem-se
«3. Veja-se, ouça-se a metódica destruição das mais delicadas nuances da língua portuguesa nas injeções diárias desse programa sinistro que é Casa dos Segredos (TVI). O militante cinismo de alguns responsáveis televisivos insistirá sempre em proclamar que as grandes audiências são eloquentes... Claro que são (para as contas da publicidade, pelo menos). E importa reconhecer que, no fundo, é de eloquência que se trata: fenómenos de tal dimensão promovem a continuada degradação dos mais genuínos valores que nos fazem ser um país e uma comunidade. Incluindo no modo de falar. Decididamente, já era tempo de as televisões pensarem um pouco sobre a sua própria crise» («Falar mal e não pensar», João Lopes, Notícias TV, n.º 252, p. 72).
[Texto 2334]