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Linguagista

Nem chefias nem lideranças

Escrito na pedra-sabão

 

 

      O «escrito na pedra» da edição de ontem do Público era uma frase de Jean de La Bruyère (1645-96): «Os lugares de chefia fazem maiores os grandes homens, e mais pequenos os homens pequenos.» Desconfiei daquela «chefia» em tempos de «liderança». Fiz bem em desconfiar. A frase original é esta: «Les postes éminents rendent les grands hommes encore plus grands et les petits beaucoup plus petits.» Ou seja, o eminente tradutor não precisava para nada nem de «chefias» nem de «lideranças».

 

[Texto 3038]

«Os Kennedy»?!

Custava tão pouco

 

 

      «Seria uma sucessão dinástica — afinal ao jeito dos Kennedy e dos Bush nos Estados Unidos, comentou o conhecido lobbyista Luigi Bisagnani no programa de rádio Un Giorno da Pecora, em que revelou ter havido um jantar na villa de Silvio Berlusconi nos arredores de Milão em que Marina convenceu o seu pai de que ela seria a melhor escolha para dar novo fôlego ao centro-direita italiano» («Depois de Silvio, Marina será o novo rosto da marca política Berlusconi?», Clara Barata, Público, 29.06.2013, p. 22).

      Os plurais dos apelidos continuam errados, não é? Tenho aqui à minha frente As Kennedys ­— sim, lembro-me que já falei nele —, traduzido por Fernanda Pinto Rodrigues (Lisboa: Editorial Minerva, 1971). Segundo parágrafo: «Terá sido uma maldição, a maldição que tem perseguido implacàvelmente todos os Kennedys?» Cara Clara Barata, dou de barato que é como já toda a gente escreve, mas é erro crasso. Emende-se. E «lobbyista» não precisa de ser grafado em itálico. E já está aportuguesado em «lobista», caso não saiba.

 

[Texto 3037]

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