Plural dos meses
Da sogra e da revolução
Geralmente, lê-se em algumas gramáticas, não se usam no plural os nomes dos meses. Com o «geralmente», a afirmação fica um pouco no meio-termo, nas meias-tintas, e talvez não devêssemos dedicar à questão um segundo. Vem isto a propósito de, na emissão de sábado passado do programa Hotel Babilónia, João Gobern ter dito «25 de Abris». Lembrei-me então desta anotação: «“Bute Daí, Zé!”, o novo romance de Filomena Marona Beja, não almejando a servir de tese, pode dar uma ajuda à irmã da minha amiga, ao nosso Querido Líder e também, já agora, a toda a nação. “Bute Daí, Zé!”, que se segue ao multi-premiado [sic] “A Cova do Lagarto”, é um retrato daquela geração que sonhou, viveu e congeminou muitos 25 de Abris em cafés e casas ocupadas» («O 25 de Abril, agora com pessoas», João Bonifácio, «Ípsilon»/Público, 30.04.2010, p. 52). Convenho que, no caso, tratando-se do nome de um acontecimento histórico, é como se não fosse o nome de um mês. Mas não é raro ouvir os meses pluralizados. Recentemente, dizia a minha sogra: «Ainda a fazeres isso?! Eu já o tinha feito há trinta janeiros.»
[Texto 4253]