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Linguagista

Léxico: «píleo»

Escapou à ciência

 

      «Chapéu ou píleo. Guarda os esporos reprodutores da espécie e tem muitas formas distintas» («O reino dos cogumelos», Sábado, 15.10.2015, p. 10).

      E não é que não está registado no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora?! Está explicado: é o chapéu dos cogumelos. Tomem lá um Guia do Colector de Cogumelos e apontem o número do CIAV (Centro de Informação Antivenenos — e não «Anti-Venenos», João Baptista-Ferreira, autor do texto e assessor científico): 808 250 143.

 

[Texto 6326]

Há muitas bíblias

Bíblias profanas

 

      «O português David Santos, um engenheiro de computadores de nome artístico Noiserv, chegou à lista de eleitos de uma das bíblias da música alternativa europeia. A revista francesa Les Inrockuptibles incluiu um tema de Noiserv na sua lista de canções recomendadas para a rentrée musical» («Noiserv? Recomendado!», Sábado, 15.10.2015, p. 22).

   Se pensam que vou implicar com a «rentrée» (mas já que falo nisso...), estão bem enganados. É apenas para lembrar que, naquele sentido de obra fundamental numa determinada disciplina ou área, é com minúscula, bíblia. Há muita gente que não sabe isto. (Agora aproveitem e visitem o sítio de Noiserv. Passem o cursor por cima da casa. Espantoso!)

 

[Texto 6325]

Um Nobel, dois Nobéis

Andam aos papéis

 

      Titula, a propósito da bielorussa Svetlana Alexievich, a rapaziada da revista Sábado: «As surpresas dos Nobel» (n.º 598, p. 18). Mas não. «Aureliano Viegas é um nome muito digno das Letras Portuguesas, nem todos podem ser Nobéis, com os partidos comunistas de vários pontos do mundo a puxar para o mesmo lado […]» (Desaparecido no Salon du Livre, Júlio Conrado. Lisboa: Bertrand Editora, 2001, p. 17).

    Nobel: oxítona, como «papel» e «Famel». Ganhou dois Prémios Nobel. São dois Nobéis conceituados.

 

[Texto 6324]

A completa confusão

Querem ver que é o mesmo...

 

      A imprensa portuguesa não sabe se o que impediu a presença de José Eduardo dos Santos no Parlamento angolano, para o discurso do estado da nação, foi «indisposição» ou «indisponibilidade». Como se fosse tudo igual. O Público vai mais além, diz que foi indisposição e indisponibilidade: «Uma “indisponibilidade momentânea” impediu que fosse José Eduardo 
dos Santos a proferir o discurso
 do estado da nação no Parlamento angolano» (editorial, p. 46). Na legenda ao artigo «Angola insinua que há interesses estrangeiros por trás dos activistas», na página 22, lê-se, porém, que «José Eduardo dos Santos (aqui na campanha eleitoral de 2008) não leu o seu discurso do estado da nação devido a uma “indisposição”».

 

[Texto 6323]

«Jacinto-d’água», de novo

Assim está bem

 

      Ainda recentemente tratei aqui da ortografia deste nome. Ei-lo agora grafado como recomendei. Agora só falta ir para os dicionários. «Ao fim de uma década e de 25 milhões de euros gastos na extracção de quase 300 mil toneladas de jacinto-d’água, no troço do Guadiana entre Mérida e Badajoz, o presidente da Junta Regional da Extremadura, Guillermo Vara, reconhece a impotência das autoridades espanholas para erradicar a planta infestante» («Autoridades espanholas admitem que jacinto-d’água vai chegar ao Alqueva», Carlos Dias, Público, 16.10.2015, p. 16).

 

[Texto 6322]