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Linguagista

Llull, Lullus, Lulo, Lúlio

Qui és Ramon Llull?

 

      «A Catalunha de hoje tem sido notícia por motivos políticos. Deveria sê-lo também pelo 
7.º centenário de um dos seus homens mais ilustres, Raimundo Lulo, de seu nome: é esta, de facto, a forma do nome com melhor integração na nossa língua, que assenta na forma latina, Raymundus Lullus, usada por ele; nada obsta, porém que optemos pela forma catalã, Ramon Llull, que adopta a norma ortográfica posta em vigor em 1934, com as respectivas palatais» («Raimundo Lulo, um homem para o nosso tempo», Aires A. Nascimento, Público, 18.01.2016, p. 43).

      Claro que é a melhor forma, e a que vejo ser mais usada, na verdade. Por isso mesmo, não foi a usada num artigo desta mesma edição: «O ano dedicado a Ramon Lull [sic], um dos mais notáveis intelectuais europeus da Idade Média, começa hoje em Lisboa com uma sessão promovida pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Institut Ramon Llull — Língua e Cultura Catalã» («Ramon Llull evocado hoje na Reitoria de Lisboa», Nuno Pacheco, Público, 18.01.2016, p. 27). Também já tenho visto escrito Raimundo Lúlio. (E «Reitoria de Lisboa» não é, já não digo vago, mas discriminatório? Não tem Lisboa várias universidades?)

 

[Texto 6550]

«Jornalismo cidadão», de novo

Está tudo nas nossas mãos?

 

      «Se O Inimigo Público de 1931 foi adaptado de um livro (não publicado) por dois antigos colegas de Al Capone, e tanto o argumento de Goodfellas como o livro que o inspirou foram escritos pelo jornalista Nicholas Pileggi, tais formalidades são ridículas e obsoletas na era do Twitter, do jornalismo-cidadão e da autopromoção» («Sean Penn, “El Chapo” e a atracção entre Hollywood e o grande crime», Ann Hornaday, Público, 18.01.2016, p. 24).

   Há já algum tempo que a palavra «cidadão» está na moda. Os políticos gostam de nos enganar, e os meios de comunicação vão atrás. Na edição de hoje do Público, por exemplo, há 31 ocorrências da palavra. Neste caso — de que falámos aqui e aqui — é que, sem qualquer dúvida, o hífen não se justifica de maneira nenhuma. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, que regista a locução, também acolhe o termo «cidadão» como adjectivo, mas dá-o como sinónimo de «citadino»...

 

[Texto 6549]