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Linguagista

Léxico: «criptomoeda»

E também eliminar

 

      Não fiquemos inebriados com o acrescentar: também é necessário — e já o temos feito — melhorar, burilar, corrigir, e até eliminar. Em criptomoeda, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora remete para bitcoin, em que se lê a seguinte definição: «meio de pagamento digital, com o qual podem ser realizadas transacções online de forma anónima e que está livre de taxas, desvalorização ou inflação por não ser controlado por nenhum banco central; criptomoeda, moeda virtual». Não está correcto, e tão simplesmente porque há várias criptomoedas — cerca de vinte, creio —, e não apenas o bitcoin. Assim, desta vez, proponho, não acrescentar um verbete, mas o oposto: eliminar o verbete bitcoin e passar a sua definição para o verbete criptomoeda, no qual se poderão indicar algumas criptomoedas, entre as quais o bitcoin. A última, de que toda a gente fala e pode vir a destronar o bitcoin, é o ethereum (ETH), lançado em 2015.

 

[Texto 7803]

Léxico: «treliça»

É só acrescentar

 

      «O quadro em treliça [da Ducati Monster] que abraça o motor é bastante esguio e, juntamente com o totalmente novo braço oscilante, contribuiu para realçar o pedigree desportivo desta Monster» («Regresso às bases», Francisco Brandão Ferreira, Motociclismo, n.º 313, Maio de 2017, p. 40).

    Conhecemos outras treliças. Esta é uma estrutura de curtos segmentos tubulares de aço ou de liga leve que forma o quadro de alguns motociclos.

 

[Texto 7802]

Léxico: «subquadro»

Estrutura secundária

 

      «O sub-quadro [sic] aparafusado confere um estilo único às Duke e em caso de dano é facilmente substituível» («Pocket rockets», Francisco Brandão Ferreira, Motociclismo, n.º 313, Maio de 2017, p. 43).

      Os automóveis e os aviões também têm subquadro. É uma estrutura auxiliar ligada (no caso referido no texto, por meio de parafusos) ao corpo principal de um veículo. No caso dos motociclos, esta substrutura suporta o assento, guarda-lamas, etc.

 

[Texto 7801]

Léxico: «desmodrómico»

Tudo grego

 

      «A unidade motriz [da Ducati Monster 797] é o já bem conhecido bicilíndrico desmodrómico em L de 803 cc e 75 cv de potência máxima, que equipa atualmente toda a oferta das Scrambler da marca (à exceção da Sixty2)» («Regresso às bases», Francisco Brandão Ferreira, Motociclismo, n.º 313, Maio de 2017, p. 39).

      Bem conhecido, mas não dos dicionários, e, no entanto, a patente do invento do engenheiro italiano Fabio Taglioni é de 1956. É um sistema de regulação da abertura e fecho das válvulas de admissão do motor, para impedir a sua flutuação (valve float, para a legião de anglófonos que nos segue) em altas rotações. A Ducati ainda detém a patente, mas o sistema já foi usado pela BMW, Fiat, Honda, Maserati, Mercedes, Peugeot, Scarab e Toyota. É grego do melhor: desmós, «ligação, liame, ligadura», e drómos, «corrida, percurso».

 

[Texto 7800]