Léxico: «dendrito»
Não o procurem aí
«A investigadora Maria Helena Braga desenvolveu uma bateria sólida mais segura do que as “tradicionais”, evitando curto-circuitos e explosões, capaz de armazenar mais energia, “não poluente” e produzida com materiais ecológicos. Esta inovação surge “da necessidade de se fazerem baterias seguras, sem electrólito (substância que se dissolve para originar uma solução que conduz electricidade) inflamável, que é, actualmente, utilizado nas baterias de ião lítio”, disse à agência Lusa a investigadora do Departamento de Engenharia Física da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Estas baterias agora desenvolvidas, para além dos eléctrodos sólidos, encontrados também nas baterias de ião de lítio, têm um electrólito em vidro, que impede a formação de dendritos (curto-circuitos internos). De acordo com a investigadora, de 45 anos, nas baterias de ião de lítio, os dendritos “crescem como lanças”, atravessando o separador que divide os dois eléctrodos sólidos e fazendo um curto-circuito que vai aquecer a bateria levando, eventualmente, à sua explosão» («Portuguesa cria bateria revolucionária», Rádio Renascença, 11.05.2017, 8h49).
Não procurem estes dendritos nos dicionários, pois não os vão encontrar. O dentrito é uma estrutura filamentosa, uma minúscula fibra de lítio, que pode causar curto-circuitos, cujo nome, imagino, deriva da sua semelhança com alguma das acepções de dendrito, talvez o prolongamento ramificado do neurónio, também chamado celulípeto.
[Texto 7820]