Envergar?
They had
Quando (não se, é uma certeza) formos ciborgues, os tradutores já não vão escrever desta forma parva: «Envergavam espadas curtas, etc.»
[Texto 7849]
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They had
Quando (não se, é uma certeza) formos ciborgues, os tradutores já não vão escrever desta forma parva: «Envergavam espadas curtas, etc.»
[Texto 7849]
Triplo azar
Aqui vai o pobre porqueiro de regresso a casa do amo com uma bolsa cheia de moedas — que têm três nomes, variantes, e nenhum está no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora! É o cequim, sequim ou zequim, antiga moeda de ouro de diferentes Estados italianos.
[Texto 7848]
Pela barba de Júpiter!
Sim, a tradutora ignorou aquele «by my beard». Eu sei, eu sei: não se traduz tudo. Mas, caramba, este é um juramento que já vem da Antiguidade, Gregos e Romanos juravam pela barba de Júpiter. Nas fábulas, até o leão jura pela sua barba. Par ma barbe!
[Texto 7847]
Como pode ser?!
«Manda-a lavar aquelas favolas antes de pôr o avental de renda e passar pó Avelar para branquear o esmalte. Mas isso faz cair o esmalte, estraga-os todos! E eu ralado» (Os Pássaros de Seda, Rosa Lobato de Faria. Alfragide: Edições Asa II, 2012).
Sim, favolas, os dentes grandes, desproporcionados, sobretudo os incisivos centrais superiores, «big broken teeth sticking out of his mouth», dizia o outro. Não estão na boca do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, infelizmente. (Que, aqui entre nós, também tem de rever o verbete diastema.)
[Texto 7846]
A importância de ser rigoroso
«Depois de a empresa Digital Decor ter publicado nas redes sociais algumas fotografias a dar conta das várias etapas de transformação da mota, assumindo a autoria do trabalho, o DN procurou saber de onde surgiu afinal a ideia de fazer entrar o motociclo nas festividades [sic] do tetra encarnado. Carlos Simões, proprietário da agência publicitária, responde: “A ideia foi do próprio Eliseu. Ele é um colecionador, tem algumas motas e esta Vespa antiga é uma relíquia, de 1967, que pertencia à coleção dele”» («Eliseu vai ganhar substituta para a Vespa do 36», Rui Frias, Diário de Notícias, 17.05.2017, 00h24).
Motociclo? Se for uma Vespa V5A1T, de 50 cc, de 1967, não é um motociclo, mas um ciclomotor. Serão pueris minudências para o jornalista, mas não para mim, nem, suponho, para os leitores do Linguagista. (Ah, sim: vou ter hoje a primeira de quatro aulas de código de motociclos.) E nos dicionários? Temos um lapso... não, dois, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora: as duas acepções de «vespa» estão grafadas em itálico, quando nenhuma — leram bem, nenhuma — deve ser assim grafada. O insectozinho, coitado, apesar de mau, não merece o itálico; o veículo motorizado, por sua vez, também não, pois que se trata de um termo surgido por derivação imprópria. Que eu saiba, ninguém escreve em itálico gilete, maisena, chiclete, cotonete, etc. (A propósito, não sei o que esperam para dicionarizar «taparuere»: «Tira um taparuere. Deita o conteúdo do taparuere num prato. Põe o prato no micro-ondas. Carrega no botão. Espera. Na mesa quadrada, sob a luz do candeeiro suspenso, senta-se a comer», Perfeitos Milagres, Jacinto Lucas Pires. Lisboa: Cotovia, 2007, p. 39.)
[Texto 7845]
Uma pessoa pasma
Acabo de rever um texto de um missionário espiritano. A Congregação do Espírito Santo, oficialmente Congregatio Sancti Spiritus sub tutela Immaculati Cordis Beatissimae Virginis Mariae, foi fundada em 1703, mas ainda hoje não é reconhecida por alguns dicionários.
[Texto 7844]
Louise Ciccone ou a Virgem Maria?
A cantora Madonna foi vista em Lisboa, no Hotel Ritz. Entretanto: «Pela primeira vez em Portugal, é apresentada uma exposição com obras dos Museus do Vaticano. A partir de quinta-feira, o Museu Nacional de Arte Antiga mostra “Madonna – tesouros dos Museus do Vaticano”» («Museus do Vaticano mostram “obras excepcionais” no Museu de Arte Antiga», Maria João Costa, Rádio Renascença, 17.05.2017, 9h21). Pois é, mas, tanto quanto sei, e o director do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel, não sabe, é que em português se escreve Madona. (No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, só falta uma coisa: indicar que se escreve habitualmente com maiúscula inicial.)
[Texto 7843]
Assim se fala
«“Começámos a pensar que este acervo devia ser utilizado para fins educativos, culturais e para aqueles que hoje se interessam pelo vinil. Já não nos interessa ter isso em prateleiras e já andávamos a pensar onde pôr”, disse Rui Moreira, acrescentando que, “quando apareceu este parceiro”, a Câmara percebeu que seria uma boa opção ali instalar a fonoteca» («Porto terá fonoteca com mais de 30 mil vinis, metade doados pela Renascença», Rádio Renascença, 17.05.2017, 16h119).
Esta específica acepção de vinil, disco fonográfico feito deste material, tem de ir para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora.
[Texto 7842]