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Linguagista

Com que então arena...

Já era

 

     «O Presidente da Turquia, Recep Erdogan, pediu ao ministro do Desporto para banir a palavra “arena” dos nomes dos estádios, por considerar que é um termo estrangeiro que se refere ao local das lutas de gladiadores. Vários estádios incluem “arena” no nome devido a patrocínios» («Erdogan quer banir palavra “arena” dos estádios», Público, 27.05.2017, p. 26).

    Para isto também há-de dar muito jeito ser ditador, não é? E quem desobedecer pode, não apenas perder a mão com que o escreveu, mas a cabeça com que tão mal o pensou.

 

[Texto 7876]

Léxico: «triciclo ferroviário»

Afinal, há em português

 

      «A antiga Refer (hoje designada Infra-estruturas de Portugal) tornou público que pretende concessionar 15 quilómetros do desactivado Ramal de Cáceres, entre Castelo de Vide e a estação fronteiriça de Beirã (concelho de Marvão), “para o desenvolvimento da actividade de animação turística recorrendo à utilização de veículos tipo railbike, com capacidade para duas ou quatro pessoas, adaptados ao carril ferroviário e exclusivamente movidos a pedal”. […] O mesmo acontece numa linha de via métrica da Catalunha, exclusiva para tráfego de mercadorias que, por não ter comboios aos domingos, serve para experiências de ciclorail por parte dos entusiastas. […] Mas já a França é a campeã do vélo-rail, como ali é designado. […] Em Portugal, os triciclos ferroviários não são, em rigor, uma novidade. Até meados do século XX eram usados pela própria CP para que os responsáveis da segurança inspeccionassem a linha férrea» («E se pudesse percorrer 15 quilómetros de via-férrea... a dar ao pedal?», Carlos Cipriano, Público, 27.05.2017, p. 17).

      Afinal, não era necessário nenhum termo estrangeiro: em português é triciclo ferroviário. E também há quadriciclos ferroviários.

 

[Texto 7875]

Léxico: «canabinóide»

E outra

 

      «No que diz respeito às chamadas novas substâncias psicoactivas, verificou-se uma alteração. Enquanto em anos anteriores os consumidores preferiam substâncias estimulantes, com efeitos parecidos com os do MDMA e da cocaína ou canabinoides sintéticos, este ano deu-se um aumento da procura de produtos com efeitos psicadélicos» («Consumo de álcool “problemático” em Portugal. Canábis é a droga ilícita mais consumida», Rádio Renascença, 26.05.2017, 13h50).

     Não o encontramos em todos os dicionários. E claro que se escreve canabinóide. Na Rádio Renascença, que não segue o Acordo Ortográfico de 1990, deviam saber isto.

 

[Texto 7874]