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Linguagista

Léxico: «Ísquia»

Quão diferentes

 

      «Abalo de 4.0 atingiu a ilha de Ischia. Primeiro balanço aponta para dois mortos e 39 feridos» («Sismo em Itália. Bebé resgatado com vida dos escombros», Rádio Renascença, 22.08.2017, 6h59). «Um sismo de magnitude 4 na escala de Richter abalou a ilha de Ísquia, no Golfo de Nápoles, sul de Itália, provocando a morte de duas pessoas, além de danos materiais» («Sismo na ilha de Ísquia, em Itália», TSF, 21.08.2017, 22h36).

      Talvez só se encontre a grafia Ísquia na segunda metade do século XX — Rebelo Gonçalves, por exemplo, não regista o topónimo —, mas basta pensar: o que está em harmonia com a nossa língua, Ischia ou Ísquia? Não, não não sabemos todos o mesmo. Não, não temos todos o mesmo cuidado.

 

[Texto 8102]

Os «scientificos»

Fracotes

 

      «O resto eram oficiais do Exército. Alferes, tenentes e capitães. Tinham o apoio de veterinários e alguns eram eles próprios oficiais veterinários. Daí a preferência do povo por José Tanganho e pelo seu cavalo, o Favorito. Em 1925, no estertor da I República, fartos de revoluções e golpes de Estado, os portugueses não morriam de amores pelos militares e simpatizavam claramente com um civil de origem humildes que disputava o pódio com os chamados “scientíficos” que possuíam cartas militares e conhecimentos técnicos para enfrentar a prova. Aliás, entre os 39 cavaleiros, só Tanganho e mais dois eram civis» («Tanganho: o herói do povo que ganhou a Volta a Portugal a cavalo», Carlos Cipriano, Público, 14.08.2017, p. 13). Que bazófia, realmente. E, afinal, só dois «scientificos» («scientifico» não levava accento, fique sciente d’isso, Carlos Cipriano — vamos escrever como o outro maluco) chegaram ao final da prova. Quase a propósito: porque é que o Dicionário da Real Academia Espanhola não regista científico, na acepção de cientista, como substantivo?

 

[Texto 8101]