Abreviatura de «menina»
Para se estranhar menos
«Eu sou a Mna. Diospiro e tenho muito orgulho nisso» (Mary Poppins, P. L. Travers. Tradução de José Miguel Silva. Lisboa: Relógio D’Água, 2014, p. 38). «I’m Miss Persimmon and am proud of it!»
É sempre um problema. Há assistentes editoriais (sim, que isto poucas vezes chegará aos editores) de vistas curtas que proíbem que se traduzam Mr., Mrs. e Miss. Para outros, é indiferente. O que pode trazer dificuldades é, obviamente, a última, porque as outras são os nossos Sr. e Sra. Alguns tradutores, com o amén de quem manda, optam pelo impensável: «senhorita»! Desde quando é que se usa esta palavra em Portugal, podem dizer-me? Usa-se tanto, na verdade, como Mr. e Mrs., que vemos em demasiadas traduções. Falta de hábito de pensar, é o que revela. Mas Mna. deixou-me a pensar um tudo-nada, confesso, e tão simplesmente porque foi a primeiríssima vez que a vi. É verdade. Lá está, abreviaturas, só as consagradas. Mas acho bem, sim senhor, Mna. ou M.na, só precisava era de se usar mais — para se estranhar menos.
[Texto 8847]