Filme da série B
Ai as aspas...
«Da sua boca saía a verdade límpida e salvífica, da boca da oposição a babugem nojenta da mentira. Veio também a cena de heroísmo, muito típica destes melodramas. Passos Coelho jurou em público, numa tirada de filme “b”, que nunca abandonaria Nuno Crato. “Até à morte ou à vitória, pela nossa honra, S. Jorge e Portugal”, disse ele aproximadamente ao abananado matemático. A audiência quase que chorava» («Uma figura histórica», Vasco Pulido Valente, Público, 24.10.2014, p. 60).
Até os poetas — muito dados a maluquices ortográficas e sintácticas — fazem melhor: «O rio na sua elegância/Não me oferece a metáfora da paixão./As suas luzes não passam de mãos assassinas/Submissas ao director dum filme/Da série B./E todo o meu alimento visual/É uma varanda no Tejo/Um patamar fingindo corpos e fantasmas/Correndo em câmara lenta» («A Noite e O Rio», O Que Foi Passado a Limpo: Obra Poética 1965-2005, Armando da Silva Carvalho. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p. 536).
[Texto 5181]