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Linguagista

O circo fora dos dicionários

Olhar desatento

 

      «Demudar, a criação que tinha estreia agendada para ontem no Rossio da Sé, em Braga, é a linha que os cose entre si. O espectáculo, que envolve manobras com recurso a instrumentos — lira, monociclo, rola-bola, corda bamba, roda cyr, roda alemã, mastro chinês, entre outros —, incita à reflexão sobre o quotidiano, a cidadania e a singularidade do artista, ao mesmo tempo que se propõe criar roturas com os códigos clássicos do circo» («Há sangue novo no circo contemporâneo português», Beatriz Silva Pinto, Público, 27.07.2017, p. 28).

   A falta de reconhecimento das artes circenses começa logo nos dicionários. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, por exemplo, não regista esta acepção de lira, o aparelho circense que consiste num arco suspenso destinado a acrobacias aéreas. Nem esta, no mesmo artigo: «Um outro [aluno] mantém as claves de malabares suspensas no ar.» Nem a clave, o mais básico dos aparelhos circenses! Regista «monociclo» e «corda bamba» e fica por aí.

 

[Texto 8062]

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