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Linguagista

«Pastel/pastelão»

O tamanho conta

 

      «A aparência do dito salgado lembra uma empada em ponto grande, mas o sabor remete-nos para sensações únicas e deliciosas. Trata-se de um pastel redondo, de massa folhada com recheio de carne picada» («Frigideiras, receita com mais de 200 anos», Secundino Cunha, «Sexta»/Correio da Manhã, 11-17.08.2017).

      É o que leio por aqui e por ali, que a frigideira é um grande pastel de massa folhada. Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, porém, é um «pastelão de carne, ovos e farinha, especialidade de Braga». Evidentemente, «pastelão» é aumentativo de «pastel», mas por algum motivo se diz que aquela especialidade de Braga é um grande pastel, e não um pastelão. É que este termo também designa, como aquele dicionário regista, e nem todos o fazem, o «prato confeccionado com ovos, cebola e aproveitamento de carnes ou peixe que vão a fritar». Sucede o mesmo com o par empadão, que não é aumentativo de empada em todas as acepções. É curioso que os dicionários registam pastelão/pastel/pastelinho, mas empadão/empada/---. Pois, nada. Chegou-nos de Espanha a empanada, que é uma grande empada, e a empanadilha, que é uma empanada pequena.

 

[Texto 8096]