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Linguagista

Léxico: «emergente»

Não vem à superfície

 

      Hoje ouvi um médico, na Antena 1, a propósito do surto da gripe, falar de casos urgentes e de casos emergentes. Parece-me que é a primeira vez que deparo com a palavra com este sentido. Não creiam que é a segunda acepção («que surge ou advém inesperadamente») do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Nada. É uma acepção médica, enfim, de uso na comunidade médica: relativo a emergência ou que tem carácter de emergência. Dicionários fora dos dicionários.

 

[Texto 8590]

Léxico: «tolde»

Estamos na época dela

 

      «Isabel Sousa, de 43 anos, vai puxando o toldo para que nenhuma azeitona se perca no chão, e atesta a qualidade do fruto. “Temos bastante e boa azeitona e bem grandinha. E com este tempo apanha-se bem”, diz à Renascença. O trabalho não é difícil. “Não custa nada, porque a máquina ajuda a varejar. A azeitona cai toda no tolde e é só apanhar”, conta Isabel, explicando que “das árvores pequeninas, a azeitona é apanhada directamente com as mãos, porque não convém andar a bater”» («Há mais azeitona do que a esperada. Compradores estrangeiros oferecem preços aliciantes», Olímpia Mairos, Rádio Renascença, 28.11.2017, 9h42).

      Nesta acepção, sempre ouvi «tolde» e não «toldo». O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora limita-se a remeter de tolde para toldo, mas faz mal, porque não se pode afirmar que a definição deste — «pano de lona ou qualquer outra cobertura que sirva para abrigar do sol ou da chuva» — contempla a acepção em causa.

 

[Texto 8410]