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Linguagista

O pós-gramatical

Que inveja

 

      «O principal ponto de interesse político está reservado para o pós-6-de-Outubro. Como vai a direita reagir a mais uma estrondosa derrota? Será desta que perceberão que têm de renascer das cinzas e reconfigurar-se? Ou vão escolher (ou manter) líderes que representam linhas de continuidade com o presente ou com um passado mais ou menos recente?» («Estranho povo este», Luís Aguiar-Conraria, Público, 24.09.2019, p. 16).

     É assim que se escreve? Felizmente, não. É pós-6 de Outubro, como também é pós-25 Abril, pós-5 de Outubro, etc. Já basta termos de empregar o hífen nos casos normativos. Invejável, neste aspecto, é o castelhano: «El exvicepresidente ensalza el legado de Obama mientras sus rivales reclaman políticas más progresistas» (in El País).

 

[Texto 12 046]

«Alto-funcionário»?

Mais dúvidas do que certezas

 

      Merece este textinho à parte: finalmente, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora reconhece (ver aqui) que «campomaiorense» era incorrecto, e agora já grafa campo-maiorense. Uf! Pronto, siga. Só voltei a pensar no caso porque me apareceu agora aqui um «alto-funcionário» (para traduzir, notem bem, equerry, que já aqui nos ocupou). Está bem que, por analogia, processo que tantas vezes defendo, temos «alto-comissário», mas também é verdade que é dos poucos (único?) casos em que aparece hifenizado. É sempre «alto dignitário» que se escreve, por exemplo. Que dizem?

 

 [Texto 9249]