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Linguagista

Léxico: «neve furaqueira»

Ou neve ladroa

 

      «Já para Bernardete Choupina [da aldeia de Gimonde, Bragança] as neves da infância não lhe trazem grandes recordações. “Lembra-me, era eu uma moça, veio assim uma neve que lhe chamavam a furaqueira que entrava pelas casas. Não tinham forro e a neve caía em cima das camas. Tínhamos que nos levantar e sacudi-la (risos)”» («Botijas, lume e cobertores são os aliados dos transmontanos para combater o frio», TSF, 16.01.2017, 13h06).

      É isso mesmo: «Furaqueira (neve) — neve muito miúda, seca e puxada a vento, que se introduz nas casas. Também chamada “neve ladroa”» (O Diabo Veio ao Enterro: Contas do Nordeste, A. M. Pires Cabral. Lisboa: Nova Nórdica, 1985, p. 101).

      É pena é os dicionários não incluírem mais regionalismos, o que é, de alguma maneira, uma forma de os legitimar, além de fixar a sua ortografia.

 

[Texto 7412]

«Menente»

Agradecíamos

 

 

      Há por aí algum micalense? Um são-miguelense também serve... Escreve hoje José Medeiros Ferreira no blogue Córtex Frontal: «A pré-época futebolística normalmente deixa-me indiferente. Mas a insistência com que os resultados do SLB na Suiça [sic] são explicados pelos erros da defesa deixa-me “menente”, como se diz em S. Miguel. Bastava ter visto parte dos jogos com o Servette e o Dijon para se perceber que o problema residiu no facto da equipa ter perdido a bola a meio-campo. E sem meio campo [sic] não há defesa nem ataque...» («Preocupações de um benfiquista»).

      Não será o caso, mas, muitas vezes, o problema com os regionalismos é a sua grafia, que, não estando fixada, é variada e caprichosa. Alguém sabe o que significa «menente»?

  

[Texto 302]