Léxico: «neve furaqueira»
Ou neve ladroa
«Já para Bernardete Choupina [da aldeia de Gimonde, Bragança] as neves da infância não lhe trazem grandes recordações. “Lembra-me, era eu uma moça, veio assim uma neve que lhe chamavam a furaqueira que entrava pelas casas. Não tinham forro e a neve caía em cima das camas. Tínhamos que nos levantar e sacudi-la (risos)”» («Botijas, lume e cobertores são os aliados dos transmontanos para combater o frio», TSF, 16.01.2017, 13h06).
É isso mesmo: «Furaqueira (neve) — neve muito miúda, seca e puxada a vento, que se introduz nas casas. Também chamada “neve ladroa”» (O Diabo Veio ao Enterro: Contas do Nordeste, A. M. Pires Cabral. Lisboa: Nova Nórdica, 1985, p. 101).
É pena é os dicionários não incluírem mais regionalismos, o que é, de alguma maneira, uma forma de os legitimar, além de fixar a sua ortografia.
[Texto 7412]