«Copianço»
Irão julgar-nos
Auditores de justiça, futuros magistrados, a copiarem uns pelos outros. É a última indignidade — ou parecia ser, até ler a justificação: «Ontem, em declarações ao DN, Manuel Ramos Soares, da direcção da Associação Sindical dos Juízes, condenou o comportamento dos auditores de justiça do CEJ. “Nós falamos [sic] com os auditores e eles disseram-nos que, antes de começar a prova, trocaram umas impressões uns com os outros, não tiveram a noção de que era uma prova individual”, disse Ramos Soares, acrescentando, porém: “A associação condena tal comportamento, porque não revela compreensão dos deveres éticos. Por isso, concordamos com o despacho da directora”» («Copianço generalizado em teste na escola de magistrados», Carlos Rodrigues Lima, Diário de Notícias, 15.06.2011, p. 20). «Não tiveram a noção de que era uma prova individual»! A única solução decente era anular a prova, mas não foi isso que aconteceu.
E já repararam como o termo coloquial «copianço» — desconhecido no Brasil, ao que me parece — está registado nos dicionários, ao contrário de muitos outros mais usados? Prefiro a definição do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa: «Acto ou efeito de copiar, especialmente em provas escritas escolares.»
[Texto 170]