Ensino e literatura
Uma barbaridade
«Um dos primeiros comentários foi o que a presidente da Associação de Professores de Português entendeu fazer, salvo erro no dia seguinte a serem conhecidos os resultados. Comentário a todos os títulos lamentável, porque uma classe (a de professores de Português – a nossa língua!) não pode rever-se nas observações quase indigentes que foram feitas sobre o facto de os professores continuarem a “perder” muito tempo a dar textos literários (que, subentende-se, não serviriam para nada – quando servem para aprender a pensar, senhora presidente da associação, e aprender a sentir, e a saber o que tem sido e é a cultura portuguesa!) como, entre outros, O Auto da Alma, de Gil Vicente, ou Padre António Vieira» («Há que deixar de manipular os resultado e os factos», Helena Carvalhão Buescu, Público, 31.07.2011, p. 54).
O excerto é suficiente para mostrar, mais uma infausta vez, a que estado chegou o ensino. Como se pode prescindir da literatura no ensino e aprendizagem da língua? Já vêem a gravidade da afirmação, mormente vinda de quem vem, nada mais que a presidente da Associação de Professores de Português.
[Texto 361]