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Linguagista

Léxico: «batatada»

Também veio de França

 

 

      «Eis um exemplo dado pelo meu concunhado Álvaro: no Ribatejo, não se cai no francesismo ridículo de chamar “puré de batata” à batatada. Sabe-se o que é um puré de cenoura ou de maçãs. É qualquer coisa quase liquefeita. A batatada — sempre feita sem varinha mágica, esmagada nem que seja com a colher de pau (como diz e manda o genial Sr. Brito do Gambrinus) — é coisa bem melhor do que o puré. É porque também o Sr. Brito prestou serviço militar, exemplarmente, em Castanheira do Ribatejo, não longe das instalações da Cinzano.

      São puras as palavras. Se as descurarmos, adoecemos. Sejamos ribatejanos e chamemos batatadas aos ditos purés de batata» («É só batatada», Miguel Esteves Cardoso, Público, 13.09.2011, p. 31).

      Como sucede com outros termos relacionados com esta área, tais como croquete, filete, fricassé, restaurante... Contudo, em nenhum dicionário que consultei se diz que batatada é o acompanhamento confeccionado com batatas cozidas e raladas, antes que se trata de um doce de batata. Será então um regionalismo?

 

[Texto 476] 

«Dejectos radioactivos»?

À francesa

 

 

      Paulo Dentinho, no Telejornal de ontem: «A área está encerrada, um trabalhador acaba de morrer e quatro estão feridos, um deles em estado grave, na sequência de uma explosão num forno destinado a fundir dejectos radioactivos

      Já tinha ouvido, não vou mentir, mas não é mais natural que se fale em detritos radioactivos? Não estarão os jornalistas simplesmente a macaquear a maneira de dizer francesa, «déchets radioactifs»?

 

 [Texto 475]