Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

«Bastante frequentemente»

Digam-me o que acham

 

 

      O consultor da consecutiva, Miguel Moiteiro Marques, voltou para nos assombrar. Uma consulente quis saber se a frase «Ele come peixe bastante frequentemente» era correcta. Sentença: «A sequência dos advérbios bastante frequentemente soa agramatical, mas os dois termos podem ocorrer na mesma frase, ainda que noutras posições e assumindo outros valores gramaticais.» Mas, previne, já «podemos dizer, por exemplo, “Ele come bastante peixe frequentemente” – o que é uma alternativa à frase b) proposta pela consulente – mas neste caso bastante deixa de ser um advérbio e passa a ser adjetivo do nome peixe, indicando tratar-se de “peixe abundante, numeroso”.» E remata: «Por outro lado, a sequência “bastante frequentemente” é possível numa frase como “Ele come bastante frequentemente” –, havendo a opção por colocar, ou não, uma vírgula a separar o advérbio frequentemente do resto da frase – mas aqui bastante é um pronome indefinido e refere-se a uma quantidade indefinida que o sujeito da frase consome, não se sabendo se é peixe ou não.»

 

[Texto 669] 

Como se escreve nos jornais

Pois escreveu

 

 

      «O caso – e a atitude dos responsáveis da Penn State – já foi comparado pela imprensa americana ao escândalo de pedofilia que abalou outra instituição insular e exclusivamente masculina, a Igreja Católica. “As semelhanças são demasiado notórias para serem ignoradas”, escrevia há dias o New York Times» («Caso de pedofilia afasta treinador de futebol universitário», Kathleen  Gomes, Público, 11.11.2011, p. 18). Pois escrevia, como também escrevia o que está antes das aspas: «A better comparison would be the sexual molestation scandals that rocked another insular, all-male institution, the Roman Catholic Church.»

 

 

[Texto 668]