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Linguagista

«Colocar»

Duas colocações

 

 

      «Se o detective londrino largava a custo a cocaína para se dedicar ao trabalho de campo que um assassinato envolve, Dave Gurney abandona a sua droga que é a vida no campo para voltar a colocar as mãos na massa. Aqui também há um inspector Watson. Chama-se Madeleine e o facto de ser casada com o detective torna a relação menos ambígua» («Um policial bem publicitado», Rui Lagartinho, «P2»/Público, 18.11.2011, p. 33).

      «Pilotos reclamam 400 milhões de euros da TAP e colocam em risco a privatização» (Raquel Almeida Correia, Público, 18.11.2011, p. 24).

 

[Texto 691]

Teatro

Teatro, essa ridícula pretensão

 

 

      «Nada disto, claro, serve, ou jamais serviu, rigorosamente para nada. Em 37 anos não apareceu uma única obra decente de dramaturgia portuguesa. Apareceram romances em grande quantidade, apareceu poesia, apareceram livros de história ou de memórias. Não apareceu uma única peça digna desse nome. Até o Teatro Nacional D. Maria II, na impossibilidade de se ficar eternamente no Frei Luís de Sousa, apresenta geralmente traduções. De resto, não lhe falta só dramaturgia portuguesa. Também lhe falta público. Uma noite no D. Maria é uma noite soturna. Francisco José Viegas cortou o orçamento (um milhão de euros) deste longo equívoco. Foi inteiramente justo. E, quando Diogo Infante resolveu recorrer à intimidação, não hesitou em o demitir. Chegou a altura de acabar com esta ridícula ilusão que em Portugal se chama “teatro”» («Teatro à portuguesa», Vasco Pulido Valente, Público, 18.11.2011, p. 44).

 

 

[Texto 690] 

Linguagem

«Semanticamente pobre»

 

 

      «O arguido — actualmente casado e pai de um rapaz de nove anos — viu negado o pedido para ser dispensado das sessões de julgamento, que fundamentara no facto de ser motorista de longo curso e nas dificuldades económicas decorrentes de uma ausência prolongada ao trabalho. Do mesmo modo, viu indeferido o pedido para ser sujeito a uma perícia psicológica que avaliasse a sua imputabilidade diminuída, a pretexto de supostas dificuldades cognitivas que se traduzem nalguma incapacidade de se “situar no tempo e no espaço” e num discurso “semanticamente pobre”» («‘Juro pela saúde do meu filho que não fiz nada’», Natália Faria, Público, 18.11.2011, p. 10).

      Ora aí está uma via que se poderá revelar extremamente profícua para os advogados. Desde que os juízes deixem, é claro.

 

[Texto 689] 

Como se fala na televisão

Minhoquices?

 

 

      No Telejornal de ontem, José Rodrigues dos Santos entrevistou Marques Correia, o representante da Ordem dos Advogados que estivera presente na detenção de Duarte Lima. Perguntou o autor de O Último Segredo: «Nós ouvimos há pouco o advogado de Duarte Lima relacionar os processos do Brasil, que é um processo diferente, de homicídio, com este processo em Portugal, que é... tem a haver apenas com o BPN. Acha que esta... que este relacionar é plausível na sua experiência de jurista?»

 

[Texto 688]