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Linguagista

Tradução: «workshop»

Quando é esse o objectivo

 

 

      Posso ter entretanto esquecido, mas creio que nunca tinha visto o anglicismo workshop traduzido por «acção de formação». Bem, depende do contexto, não é assim? É também o que afirma o consultor do Ciberdúvidas A. Tavares Louro: «Parece-nos que a palavra “workshop” deverá ser traduzida como a(c)ção de formação quando é esse o obje(c)tivo fundamental do encontro dos formadores com os formandos, dado que nesses encontros há a(c)tividades e debates.» Traduzir, como algumas vezes se vê, por «oficina» nem sempre é o mais adequado.

 

[Texto 733]

Tradução: «used to»

Mas sempre, sempre?

 

 

      Outra monomania de alguns tradutores de inglês é traduzirem sempre used to por «costumar». «I used to wonder how these...» «Eu costumava imaginar de que forma estas...» Costumava fumar, costumava ler, costumava passear, costumava comer... Ah, poupem-nos!

 

[Texto 732]

Tradução: «positive feedback»

Não vence a maioria

 

 

      Suponho que, se seguisse cegamente o que diz o Sr. Google, teria de traduzir positive feedback por retorno positivo. Acontece que ando há anos a ouvir professores à minha volta a dizerem — e creio que bem, que é o que importa no caso — reforço positivo. Consiste no elogio ao mais ínfimo progresso do aluno medíocre — que precisa dele para não desistir de todo.

 

 [Texto 731]

«We have to stop»

Stop!

 

 

      Ora aqui está algo que me intriga e — não o escondo — me irrita um pouco: traduzir-se sempre to stop por «parar». Deve ser influência, ínvia e inconsciente, das regras e dos sinais de trânsito. Seja esta frase, por exemplo: «We have to stop thinking of the child as a “problem” that needs correction.» Mesmerizado, hipnotizado, digo, o tradutor verte: «Temos de parar de pensar na criança como um “problema” que tem de ser corrigido.» Na variante brasileira, é comum essa forma de dizer: «temos de parar de», porventura também por influência do inglês. Parece-me mais genuinamente português escrever: «Temos de deixar de pensar na criança como um “problema” que tem de ser corrigido.» Afinal, não é assim que falamos?

 

[Texto 730]

Como se escreve nos jornais

Antevisões gramaticais

 

 

      «A foto não é reveladora dos primeiros tempos da actividade sindical de Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) que, esta semana, esteve à frente de mais uma greve geral conjunta com a UGT. O momento é de 1996, era Manuel Carvalho da Silva ainda coordenador da central, e olhava para o sindicalista Kalidás Barreto. Cerca de 14 anos depois, está a dois meses de, em Janeiro de 2012, deixar o cargo num congresso da CGTP que se antevê de histórico» («Quem os viu e quem os vê. Manuel Carvalho da Silva», João Ramos de Almeida, Público, 27.11.2011, p. 3).

      Faz lembrar o «considerou de histórico», ainda recentemente aqui tratado. A preposição não serve aqui para nada, caro João Ramos de Almeida.

 

[Texto 729]