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Linguagista

«Batique» e não «batik»

Escolhem o pior

 

 

      «No artigo intitulado Black Fashion Power, Dolivo chega mesmo a explicar como os Obama [sic], referência da “black-geoisie” a quem faz sucessivos elogios, conseguem vestir integrando “todos os códigos brancos” sem deixar de manter a sua ligação à comunidade negra através de elementos étnicos, como as conchas que Michelle tantas vezes usa em colares e as aplicações em batik de alguns dos seus vestidos» («Moda Obama. Jornalista da Elle acusada de racismo», «P2»/Público, 30.01.2012, p. 22).

      É a segunda vez, numa semana, que vejo o termo. Contudo, há muito que o aportuguesamento batique anda por aí.

 

[Texto 1038]

Campanha da Renault

Fora(m) os marqueteiros

 

 

      Já viram a nova campanha publicitária da Renault? Pois bem, ei-la: «5 anos de Garantia Renault. Haverá ainda um português que não conhece a qualidade Renault?» Se vemos logo o «toque de ironia» de que fala a revista Marketeer, não vislumbramos outros toques mais necessários.

 

[Texto 1037]

«And we shall use this...»

Estamos-lhe gratos

 

 

      «And we shall use this...» «E haveremos de usar esta...» Hei, hás, há, havemos. Montexto já aqui lembrou a quem se esquecera e ensinou a quem não sabia: «Já no caso do futuro — “tu não hás-de gostar”, — a perifrástica constrói-se com o auxiliar no presente do indicativo (hás-de) e com o principal no infinitivo (gostar).»

 

[Texto 1036]

Tradução: «surplice»

Asteriscos! É para mim

 

 

      Cerca de 25 % dos números até 100 são primos. Para a frente (e para a frente até, como Euclides demonstrou, ao infinito), porém, a percentagem baixa consideravelmente. Esperem... não era nada disto que eu queria escrever. Já me lembro: o passo é conhecido: Isaac Newton «with Shooes down at Heels, Stockings unty’d, surplice on, & his Head scarcely comb’d», foi vertido por «com Sapatos pelos Calcanhares, Meias por atar, de **surplice, & com a Cabeça quase por pentear». Qual a dificuldade? Sobrepeliz, sim. «In England it is also worn on certain days known as surplice-days by the fellows and students at the universities of Oxford and Cambridge», leio no American Heritage.

 

[Texto 1035]

Como se escreve nos jornais

Muito promete quem não pode

 

 

      Só agora me chegou às mãos a edição de hoje do jornal Público. Fui direitinho ao «Sobe e desce», na última página, porque já tinha sido alertado por Francisco Agarez para a frase. «O Instituto de Segurança Social, sob tutela do ministro Pedro Mota Soares, está sem dinheiro. A situação já afecta as pessoas em situação de grave carência e a atribuição de subsídios de emergência. São pessoas com rendimento inferior ao valor da pensão social, de 189,52 euros. A falha promete ser resolvida, mas demorará um mês. (Pág. 8)»

 

[Texto 1034]

 

«Rain day»/«rainy day fund»

Uma obsessão

 

 

      Os anglo-saxónicos preocupam-se muito, já sabemos, com o estado do tempo. Com a chuva, particularmente. Ora aqui estão duas expressões metafóricas reflexo dessa preocupação:  rain date, que podemos traduzir por data alternativa. Caso chova...; e rainy day fund, que, à escala doméstica, podemos traduzir por pé-de-meia. (E à escala nacional, talvez por fundo de estabilização.)

 

[Texto 1033]