Degenerámos
«Existe o mito de que os espanhóis traduzem tudo: expressões idiomáticas, termos técnicos, nomes de bandas. Não é verdade, apenas são suficientemente confiantes para arriscar em neologismos mais patrióticos. Por isso, frente a alguém que engole tendências de moda com a mesma rapidez com que muda de banda indie favorita, nós, os portugueses[,] dizemos que “é da cena”, escapando ao objectivo de classificar o objecto, ou que é um “hipster”, um estrangeirismo preguiçoso e reconfortante. Um espanhol diz, com todo o orgulho latino, que vai ali um “moderno”. Assim mesmo, a carregar no erre» («Moderna de Pueblo. Com a modernice (não) me enganas», Margarida Videira da Costa, «Liv»/i, 11.02.2012, p. 8).
O Dicionário Inglês-Português da Porto Editora apenas regista neste verbete: «antiquado termo designativo de determinadas pessoas com certas semelhanças com os beatniks e igualmente integradas na Beat Generation». Falta um sentido, por sinal bem moderno. Já sugeri, porque, além de criticar, temos de contribuir activamente para as coisas mudarem.
[Texto 1095]