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Linguagista

«Fizeram rebentar o portão»

Ora vejamos

 

 

      «Na Nigéria, homens armados de um grupo islamita atacaram uma cadeia. Mataram um guarda e libertaram 119 prisioneiros. Os assaltantes fizeram rebentar o portão da cadeia com uma bomba. O Governo da Nigéria já ordenou uma investigação ao caso» (Bom Dia Portugal, Carla Trafaria. RTP 1, 17.02.2012, 7h14).

      «Fizeram rebentar»? Se fosse necessário, não teria usado, como é tão vulgar, o verbo «fazer». No caso, há-de querer dizer que os assaltantes contrataram alguém — talvez serralheiros — para rebentar o portão...

      Quanto a islamita, está correcto. É a única forma, registada na página 575, que encontramos no Vocabulário da Língua Portuguesa, de F. Rebelo Gonçalves. Saberão isto no Público?

 

[Texto 1119] 

Como se fala na televisão

Ficamos estafados só de ouvir

 

 

      Triplo homicídio em Beja. Helena Sousa e Silva, da RTP, junto ao Estabelecimento Prisional de Lisboa: «Bom, aquilo que foi divulgado então é que Francisco Esperança, de 60 anos, se enforcou durante esta noite. Enforcou-se na cela onde estava. Utilizou os lençóis da sua cama para colocar termo à vida, ele que tinha sido transferido aqui para o Estabelecimento Prisional de Lisboa ontem à tarde, e por questões de segurança, ou seja, ele tem estado, desde segunda-feira que estava em Beja, na prisão, mas depois as autoridades consideraram que seria perigoso ele estar ali por estar então em contacto com outros presos, e poderia haver retaliações depois daquele alegado crime, não é, que ele então era o suspeito de ter matado a mulher, a filha e uma neta de apenas 4 anos, para além de todos os animais que tinha em casa, portanto as autoridades consideraram que poderia haver ali algum perigo e transferiram-no aqui para o Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde ironicamente foi o próprio Francisco Esperança que decidiu então pôr um termo à sua vida.»

      Penoso. Com metade das palavras (e metade dos erros e redundâncias), diria o mesmo.

 

[Texto 1118]