«Safe House»
Entre aspas?
As Irmãs Oblatas sugeriram a criação de uma cooperativa gerida por prostitutas («trabalhadoras do sexo», disseram a repórter da RTP e a coordenadora do grupo de rua daquela congregação) e a Câmara Municipal de Lisboa pondera concretizar o projecto. É um prostíbulo, pois então, mas já macaquearam o que dizem os frandunos e é uma safe house. («Casa das safadas», dirão depois os moradores do bairro.) João Meneses, responsável do programa de requalificação da Mouraria, disse: «Veja, isto distancia este projecto claramente, tem muitíssimas mais valências do que um projecto de natureza meramente sexual, e de facto não tem o primado do lucro, e de facto não tem o indivíduo, que é o empresário, que explora, entre aspas, essas mulheres.» Mas a CML vai mesmo apoiar? Hum... A repórter só conseguiu arrancar isto ao presidente, António Costa: «Não vou antecipar a análise sobre esta ou aquela medida isoladamente, por muito sexy que possa ser o título de algumas propostas.»
[Texto 1169]