Sobre «presidenta», de novo
A propósito
«O famigerado cronista da ordem dominicana [Fr. Luís de Sousa] empregou a palavra presidente como comum aos dois géneros. Hoje por analogia com os biformes em o, a, dá-se a forma feminina com a desinência a a alguns dêsses vocábulos, primitivamente uniformes, terminados em nte, em sua maioria derivados verbais, particípios activos que fazem de nomes e adjectivos. Assim é que infante e parente, que eram invariáveis, admitem hoje as formas infanta e parenta. Quanto a presidente, que o frade de Bemfica empregou como comum, outro esmerado escritor português, A. F. de Castilho, trá-lo como variável, mudando-lhe o e por a na formação do feminino. No Novo Dic. de Cândido de Figueiredo, 2.ª ed., já se consigna a terminação feminina de presidente: o termo vem assinalado com asterisco, o que quer dizer que inda não corria autorizado pelos dicionaristas portugueses, e cita-se um exemplo que eu já citara nos Novos Estudos (Rio, 1911), em que o Castilho concedeu terminação feminina ao nome em questão, estampando presidenta a páginas 128 das Sabichonas» (Fatos da Língua Portuguesa, Mário Barreto. Rio de Janeiro: Presença Edições, 3.ª ed., facsimilada, 1982, p. 203).
[Texto 1193]