«Por arrasto»
Oratória franca
«Este falar com franqueza, ou este falar livre (não é por acaso que os franceses dizem “franc parler” e os ingleses “free speech”, discurso franco ou discurso livre) era uma prática a que os antigos gregos chamavam “parrhesia”. Na Grécia antiga o conceito de parrhesia significava literalmente “falar tudo” e, por arrastamento, “falar livremente”, “falar ousadamente”, o que em certos contextos era não só necessário como inescapável» («O processo da verdade», Pedro Lomba, Público, 5.04.2012, p. 48).
A locução é por arrasto, ou seja, como consequência. Curiosamente, é mais frequente ver-se na oralidade do que na escrita.
«Quero que me tenhas em atenção, que me observes. Mas babado e indulgente para contigo e, por arrasto, para comigo, não desejo ver-te» (O Pequeno Mundo, Luísa Costa Gomes. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002, p. 159).
[Texto 1322]