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Linguagista

«Operação stop»

Sigamos o dicionário

 

 

      Ando aqui às voltas com a expressão «operação stop» (como o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista), e vê-se de tudo: «“Podemos apanhar uma operação-stop”, diz o Júlio. “Ou uma paralisia infantil”, diz o homem. E desata a rir violentamente» (Directa, Nuno Bragança. Lisboa: Moraes Editores, 1987, p. 236).  «No entanto, tive de anuir, e a “operação stop” dissolveu-se» (Cinco Meses Mudaram Portugal, Otelo Saraiva de Carvalho. Lisboa: Portugália Editora, 1975, p. 23). Mas também se pode ver «operação STOP», «operação Stop», etc. Com aspas, sem aspas. Nunca o termo «stop» em itálico.

 

[Texto 1366]

«Leggings/leggins»

É variante

 

 

      «Aposte no formato skinny. Nos primeiros meses, é muito provável que as suas antigas calças fininhas e leggins lhe continuem a servir. Depois, muitas marcas têm versões que podem ser adaptadas e, na reta final, existem versões pré-natais» («Yummy mummies», Elsa Páscoa, Pais & Filhos, Março de 2012, p. 26).

      É variante muito menos conhecida de leggings, que até o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista. Já «casual», na acepção usada no título do artigo do Diário de Notícias, não consta deste dicionário. Não chega a tanto.

      «Com ‘leggings’ de pele e um casaco prateado, a primeira dama norte-americana brilhou na atribulada Kids [sic] Choice Awards» («Michelle Obama casual leva filhas a gala de entrega de prémios», Carla Bernardino, Diário de Notícias, 2.04.2012, p. 53).

 

[Texto 1365]

Como se escreve nos jornais

Como no 10 de Junho

 

 

      «Nestas coisas de famosos há sempre especulação, mas o site TMZ costuma estar bem informado. Conta que estalou o verniz na separação de Heidi Klum e Seal e que o divórcio já não será amigável, havendo fortes divergências. No sábado, a top model alemã depôs as suas alegações no tribunal de LA, invocando “diferenças irreconciliáveis”» («Divórcio de Klum e Seal segue para tribunal», Público, 13.04.2012, p. 43).

      Como se fosse uma coroa de flores na estátua de Camões.

 

[Texto 1364]

AO: não tão mau

Tem as costas largas

 

 

      «Ando à procura de uma pasta nova. Há três anos que tenho usado um saco de pesca, feito à mão, para a excelentíssima Hipescaça do Mucifal, por quem sabe o que querem os pescadores.

      Para mim, era ideal, com a ajuda de uma rígida pasta porta-folhas (ou portfolio, sem acento, como manda o AO) para levar os jornais inteiros e sob pressão, para ficarem bem engomadinhos, sem vincá-los ou dobrá-los» («As malas dos meninos», Miguel Esteves Cardoso, Público, 13.04.2012, p. 51).

      Manda? Não manda nada. Miguel Esteves Cardoso está a confundir com outro acordo, o de 1986. Nesse é que se preconizava a abolição do acento gráfico nas palavras proparoxítonas.

 

[Texto 1363]