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Linguagista

«Fize-o»

Não há gramática

 

 

      Na padaria, mais de trinta pessoas à espera de vez. Duas senhoras, que, pela conversa, eram recém-aposentadas da Função Pública, falavam de bolos. «Há dias, fize-o e saiu muito bem», dizia uma. Não se usará esta forma todos os dias de norte a sul do País? E isso torna-a correcta?

      «Na língua do povo a restauração [das formas verbais] pode manter a forma actual do pronome: feze-o. Linhag., pág. 155; “à noite tirêmos-as”, Alcoentrinho; “tens o tu”. Vieira, Minho; criamos-a “criamo-la”: criamos-a cá (Alandroal)» (Estudos de Filologia Portuguesa, J. Leite de Vasconcelos. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1961, p. 218).

 

[Texto 1368]

Está bem: «mar Negro»

Como se fosse opcional

 

 

      «Como dizia A.J.P. Taylor, numa frase que ficou célebre, as dificuldades da Alemanha vêm do facto irremovível de ser grande e rica demais para um espaço tão pequeno. Se virmos bem – Berlim tem hoje a responsabilidade de “civilizar” e “desenvolver” os países do mar Negro (que prepara esforçadamente para Schengen e um mercado um pouco menos corrupto) como tem a de tirar a Grécia (que, de resto, durante a II Guerra, invadiu e ocupou) do buraco em que se meteu» («O Tratado», Vasco Pulido Valente, Público, 14.04.2012, p. 56).

      Muito bem: mar Negro. Por vezes, porém, os autores mandam o recado de que querem tudo em maiúsculas...

 

[Texto 1367]