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Linguagista

Porquê «açoriano»

Está explicado

 

 

      É relativamente comum encontrar o erro «açoreano» em vez de «açoriano», como a actual ortografia nos manda escrever. Vejam, porém, donde vem o erro: o falante pensa sempre na palavra de que deriva, um plural, que tem e e não i: Açores. «Ora, em açoriano, este i, espetado pelos filólogos, não pertence ao tema. Entre a derivação de Horatiushoratianus e Açoresaçoriano só há uma analogia: a de um ovo com um espeto» (Estudos Críticos de Língua Portuguesa: contra os Gramáticos, Vasco Botelho de Amaral. Porto: edição do autor, 1948, p. 109). «Como filólogo, só lamento que não seja o Vocabulário de Viana a base da nossa escrita. Lá estava já: – açoreano, torreano» (idem, ibidem, p. 110).

 

[Texto 1580]

Léxico: «cranioencefálico»

É claro que não

 

 

      «Uma menina de três anos sofreu um traumatismo crânio-encefálico depois de o carro em que se encontrava ter deslizado pela rampa de acesso da sua casa no Torrão, Marco de Canavezes [sic]» («Menina de três anos ferida após destravar automóvel», Mónica Ferreira, Diário de Notícias, 24.05.2012, p. 21).

      Nada disso, cara Mónica Ferreira: com o elemento de composição crani(o)- nunca usamos hífen. Logo, cranioencefálico. Pergunto a mim próprio se não estar registado no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não contribuirá para estes erros. Já fiz a sugestão ao Departamento de Dicionários.

 

[Texto 1579]

«PPP’s»

Mas é um bom exemplo

 

 

      «Quer isto dizer que numa democracia europeia será mais difícil a cada grupo controlar uma agenda em que os outros grupos se decidam por PPP’s? Admito: o exemplo é doloso» («A democracia na Europa», Pedro Lomba, Público, 24.05.2012, p. 48).

      Em português, o apóstrofo serve apenas para assinalar a elisão de uma ou mais letras. Que letra ou letras suprimiu, Pedro Lomba? Ah, e as siglas não têm plural.

 

[Texto 1578]