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Linguagista

«Cumpre-me o Presidente...»

Novas do CCB

 

 

      A encaminhar um convite redigido (ou assinado, vá lá) pela mão criativa de Vasco Graça Moura, os «Amigos CCB» (!) estão a receber uma mensagem de correio electrónico da sua relações públicas em que se lê, nomeadamente, o seguinte: «Cumpre-me o Presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, Dr. Vasco Graça Moura, de fazer chegar a V.Exa o convite para o Concerto de Outono que terá lugar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, no dia 16 de Setembro às 17h00.» 

      Eu, que nem sequer sou «amigo CCB», fiquei boquiaberto — o que vou aproveitar para ir merendar.

 

 [Texto 1755] 

Tradução: «booth»

Na alfândega

 

 

      Podemos dizer que o agente da alfândega, no cais, estava na sua guarita (little booth), ou, palavra que estou a ver constantemente e de que já estou farto, na sua cabina? E posto alfandegário não será algo maior?

      «Por desfastio fui-me a ver desembarcar os passageiros. Estava a chover: e eu que não levava cobertura, abriguei-me da bátega numa guarita do cais que achei vazia» (O País das Uvas, Fialho d’Almeida. Lisboa: Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, 1968, 11.ª ed., p. 263).

 

 [Texto 1754]

«Responsável deste crime»

Novas do Brasil

 

 

      Chegou-me do Brasil o segundo volume do Regime de Verbos de José Stringari (Niterói: Escolas Profissionais Salesianas, 1937). Sobre o verbo responsabilizar (ver aqui), escreve na página 97: «Dizemos também responsabilizar alguém de alguma coisa: “Firme no proposito de não recordar o passado, de não queixar-se de ingratidões recebidas, de não responsabilizá-lo da sua desgraça” (Camilo: Um Homem de Brios, 178, 3.ª ed.).» Fui confirmar na 2.ª edição, a que tenho mais à mão: «— É, se a minha amiga entrar n’este melindroso acto, segura de si, e firme no proposito de não recordar o passado, de não queixar-se de ingratidões recebidas, de não responsabilisal-o da sua desgraça» (Um Homem de Brios, Camilo Castelo Branco. Porto: em Casa de Cruz Coutinho, 1862, 2.ª ed., p. 200).

 

 [Texto 1753]