Quantos continentes
Sabe-se lá
Ontem, às 14h30, um Boeing 777 da Emirates aterrou em Portugal, «com direito a baptismo de voo», ouvi no Telejornal. Tiago Simões, antigo piloto da TAP e agora naquela companhia aérea, declarou à chegada (no português possível, digamos): «É um desafio bastante grande e bastante interessante de poder voar para seis continentes e para uma quantidade de destinos e com uma diversidade de nacionalidades no cockpit e na cabine.»
Não sei se foi a minha professora da escola primária que nos poupou a esta controvérsia frustrante sobre o número de continentes ou se, como é mais provável, ela a desconhecia. É impressionante como até sobre esta questão há opiniões desencontradas. São cinco, propugnam uns; são seis, afirmam outros; nada disso, são sete, defendem outros. Da mesma forma, temos de estar atentos à despromoção de planetas.
E quanto ao «baptismo de voo», o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora desconhece o que seja. Regista, isso sim, «baptismo do ar»: primeira viagem aérea de uma pessoa. De uma pessoa, não do próprio avião.
[Texto 1799]