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Linguagista

Tradução: «rejoneador»

Cavalos e touros

 

 

      Podemos traduzir rejoneador por garrochador? Rejoneador é a pessoa que rejonea, isto é, o que, no toureio a cavalo, fere o touro com rejón, que é a «asta de madera, de metro y medio de largo aproximadamente, con una cuchilla de acero en la punta». Claro que garrocha («pau com ponta de ferro com que se toureava antes do uso das bandarilhas») também veio do castelhano, mas «garrochador» já se formou na nossa língua. No Dicionário Espanhol-Português da Porto Editora, na versão em linha, não constam, estranhamente, nem rejón nem rejonear nem rejoneador.

 

 [Texto 1850]

«Sufixo» e «piara»

Só cavalos

 

 

      «Quando montamos o haras, nós resolvemos que todos os cavalos, a partir de então, levariam o sufixo Amir. Hoje eles se chamam Cimarrom Amir, Mui Amigo Amir, Meia Noite Amir e assim por diante» (A Cavalo, Anita Garibaldi!, Elma Sant’Ana.  Porto Alegre: Editora Age, 1993, p. 70).

      Desconhecia esta acepção do vocábulo «sufixo». Eu e, ao que parece, todos os dicionaristas. Não consta ainda do vocabulário do Assim Mesmo, a que acrescentei agora mesmo o termo «piara», porque, ao contrário do que eu pensava, usa-se também em relação a cavalos.

 

 [Texto 1849] 

«Enfrentamento»

A propósito de fantasmas

 

 

      Ontem, no Bom Dia Portugal, foi entrevistada a jornalista Virginia López, correspondente em Portugal do jornal El Mundo e da rádio Cadena SER, a propósito do lançamento do seu livro De Espanha, nem Bom Vento nem Bom Casamento. A viver em Portugal há dez anos e casada com um português, pouco no seu discurso revela a nacionalidade. Talvez apenas quando usou o termo «enfrentamento». Ou será mais um casticismo de origem castelhana? «Há muitos mais casamentos, mas também tivemos alguns confrontos, alguns enfrentamentos, algumas guerras.» Demos a palavra ao especialista Fernando Venâncio.


 [Texto 1848] 

Estado da língua

Preparado para tudo

 

 

      Anteontem, e durante todo o dia, no Público em linha, lia-se que «o plano do Governo francês de apoio à indústria automóvel deverá direccionar-se para empresas que apostem em veículos próprios». Só depois de muita chacota por esses blogues fora é que corrigiram. Que se pode dizer? Que podia ter sido pior. A partir da frase «L’État promet un soutien massif aux voitures propres», podia dar-lhes na veneta traduzirem por «o Estado promete um sutiã massivo às viaturas próprias». Porque não, se estou aqui a ler num texto que certos tipos eram «bons vivãs»? Temos é de estar preparados para tudo. E há, em contrapartida, quem veja fantasmas por todo o lado: «Enfatizo, passe o francesismo, mais os efeitos», disse um professor universitário muito conhecido.

 

 [Texto 1847]