«Ponto final, parágrafo»
Agora me lembro
«Chegaram polícias, uns de farda, outros à paisana, e com eles uma ambulância. Os polícias inquiriram de quem vira e não vira os bandidos, e se sabiam dizer quantos tinham sido, se eram pretos, pretos retintos, mulatos ou brancos amulatados, e como trajavam eles e em que direcção tinham fugido depois de terem feito aquele lindo serviço. Ninguém soube dizer nada de concreto nem de aproveitável à Polícia. Ponto final, parágrafo» (As Coisas da Alma, João de Melo. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2003, p. 161).
Agora mesmo vi outra variante: «ponto final, com parágrafo». Mas, em Novembro do ano passado, um leitor escrevia-me: «Meu caro Helder: “Ponto final parágrafo” não será uma contradição de termos? “Ponto parágrafo” faz mais sentido, não acha?»
[Texto 1922]