Como se escreve nos jornais
Eles é que sabem
«No entanto, se Cecília [sic] Giménez removeu parte da pintura original, o trabalho de restauro será quase impossível. Sem ter visto ao vivo a pintura, Luís Figueira [da empresa de restauro Junqueira 220] aponta o que pode ser uma dificuldade adicional: “Tenho visto referirem-se à pintura como um fresco. Pelas imagens que vi, com as grandes lacunas que parecia apresentar e a grande falta de adesão da pintura ao suporte, diria que parece antes uma pintura mural e não um fresco.” Um pormenor que escapa a um leigo, mas que para um restaurador faz toda a diferença: é muito mais difícil restaurar uma pintura mural do que um fresco» («‘Restauro’ é comparado a Goya e gera fenómeno», João Moço e Marina Marques, Diário de Notícias, 25.08.2012, p. 37).
Um especialista diz-lhes que lhe parece mais uma pintura mural do que um fresco, mas eles: «Diz-se que a ficção imita a vida. Mas há casos em que é a vida a imitar a ficção. Quem se recordar do trabalho desastroso que Mr. Bean fez no filme Bean: Um Autêntico Desastre (1997) ao quadro A Mãe de Whistler, de James McNeill Whistler, quando o tentou restaurar, depressa estabelece um paralelismo com a história de Cecilia Giménez, a espanhola de 81 anos que, ingenuamente, tentou “melhorar” um fresco da Igreja do Santuário da Misericórdia em Borja, Saragoça (Espanha).»
[Texto 2002]