Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

«Perguntado»

A ignorância é mãe de todolos erros

 

 

      Quem é que disse que não se podia escrever assim? «Demócrito, Philósofo de alta estatura, perguntado porque razão casàra com mulher pequenita, respondeu: Do mal, o menos» (Rafael Bluteau, in Vocabulario Portuguez & Latino, Aulico, Anatomico, Architectonico, Bellico, Botanico, Brasilico, Comico, Critico, Chimico, Dogmatico, Dialectico, Dendrologico, Ecclesiastico, Etymologico, Economico, Florifero, Forense, Fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, & latinos..., Coimbra, no Colégio das Artes da Companhia de Jesu, 1712–1728, p. 543).

 

[Texto 2219]

«Preciso»

Parece invariável

 

 

      «Preciso. — Bons escritores cometem erros feios por falta de reflexão. Exemplo: “Para traduzir êsse poder de visão era-lhe preciso uma língua ágil e vibrante”.

      Correcto será: “Era-lhes precisa uma língua...”, assim como: “Para pregar o quadro na parede são-me precisos pregos e é-me preciso um martelo. Ao sapateiro são precisas tachas para pregar os tacões”. O adjectivo concorda com o substantivo em género e número, diz a gramática elementar; mas, como nas expressões é preciso trabalhar, é preciso viver (ou necessário, indispensável, etc.) parece invariável, esta aparência faz escorregar muita gente naquela incoerência» (Glossário de Incertezas, Novidades, Curiosidades da Língua Portuguesa, e também de Atrocidades da Nossa Escrita Actual, Agostinho de Campos. Lisboa: Livraria Bertrand, 1938, p. 249).

 

[Texto 2218]