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Linguagista

Sobre «conflitivo»

Mas não precisamos

 

 

      «Conflictivos», acabei de ler num texto em língua portuguesa. Mas conflictivo é espanhol (e mais próximo, como quase sempre nestas comparações, do étimo latino). Suponho, no entanto, que o autor consentirá somente em aspar o c, ficando «conflitivo», que até hoje só li em textos escritos por brasileiros. Para o Aulete, que o regista, é o «que tem caráter conflituoso, colidente; conflitante». Também «conflitante» nunca é visto por cá... A mesma língua, sim, mas com bastas diferenças.

 

[Texto 2221]

Sobre «misoginia»

Não para nós

 

 

      «O que é um misógino? É alguém que odeia mulheres, ou alguém que tem um preconceito profundo contra elas? O dicionário australiano Macquarie, considerado a autoridade no inglês da Austrália, resolveu mudar a definição, na sequência de um debate, quando a primeira-ministra, Julia Gillard, acusou o líder da oposição, Tony Abbott, de sexismo e misoginia. [...] E uma semana depois, surge novamente com a decisão do dicionário de mudar a definição de misoginia não só para “um ódio patológico às mulheres” mas também “um preconceito enraizado contra as mulheres”. A editora do dicionário, Sue Butler, explicou: “Havia uma definição, de ódio, mas não é assim que a palavra tem sido usada nos últimos 20, 30 anos, especialmente na linguagem feminista”, disse à rádio ABC» («A misoginia segundo Gillard já está no dicionário», Maria João Guimarães, Público, 17.10.2012, p. 23).

      Na Austrália e na língua inglesa, pois segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora é o «horror ou aversão às mulheres», que é a acepção mais imediatamente derivada do étimo, e a «aversão patológica do homem ao contacto sexual com as mulheres».

 

[Texto 2220]