Para pensar
«Ninguém perguntou a Jonet a que estrutura se referia, e foi pena. Porque, quiçá inconscientemente, Jonet está a reconhecer o papel das políticas sociais que lograram reduzir não só a taxa de pobreza como, até, recentemente, diminuir a desigualdade – a contra-ciclo do que se passou com a generalidade dos países europeus. O efeito combinado de uma série de medidas – do subsídio de desemprego ao RSI, passando pelo Complemento Solidário para Idosos – logrou essa proeza» («Obrigada, Isabel Jonet», Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 9.11.2012, p. 7).
Não está em muitos dicionários, mas é usado com alguma frequência, sobretudo em contextos económicos. Em nenhum estará, de certeza, com hífen. Provavelmente, começou por se escrever a contra ciclo. Ora, ouve-se e vê-se mais a expressão com a preposição «em». Mas não se diz, por exemplo, «a contrapelo»?
«Acrescentavam tratar-se de empresas, que não eram multinacionais mas, repetiam, familiares e algumas com longa tradição, e que asseguram cerca de dois terços dos empregos no sector privado europeu e uma grande estabilidade de detenção do capital, muitas vezes funcionando positivamente em contraciclo» (Alfreda ou a Quimera, Vasco Graça Moura. Lisboa: Bertrand, 2008, p. 60).
[Texto 2303]