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Linguagista

Plural de «democrata-cristão»

Ponham-se de acordo

 


      «Democrata-cristão e democrata-social. O plural, tanto do adjetivo como do substantivo, é democrata-cristãos e democrata-sociais: partidos democrata-cristãos, organizações democrata-sociais; os democrata-cristãos, os democrata-sociais», recomenda o Manual de Redação e Estilo do Estadão. E na obra que estou a rever também se lê «partidos democrata-cristãos». Ora, tanto quanto sei, nos compostos por dois adjectivos numa relação de coordenação, vão ambos para o plural. Logo, democratas-cristãos. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora respalda o nosso autor. Para o Vocabulário Ortográfico Português, tanto o substantivo como o adjectivo pluraliza ambos os termos: democratas-cristãos.

 

[Texto 2404]

 

Ortografia: «sub-bacia»

Segundo o desacordo

 

 

      «As três novas espécies, a lampreia da costa de Prata (Lampreta alvariensis), a lampreia do Nabão (Lampreta auremensis) e a lampreia do Sado (Lampreta lusitanica) foram batizadas segundo o local de origem. Assim, a primeira é endémica das bacias hidrográficas do Esmoriz (Ovar) e do Vouga; a segunda só existe na subbacia afluente do Nabão, na margem direita do Tejo, e a do Sado não tem nada que enganar» («Três novas espécies de lampreia», Diário de Notícias, 5.12.2012, p. 30).

      O jornalista julga que, segundo o Acordo Ortográfico de 1990, é assim que se escreve, com dois bb juntos. Não é assim segundo nenhum acordo.

      E o nome científico da lampreia não é Lampreta nem Lã Branca, é Lampetra. Para que conste.

 

[Texto 2403]

Da lei sálica

Mas escreveu o contrário

 

 

      Ora leiam: «O governo britânico recebeu a aprovação dos 16 países da Commonwealth, que têm Isabel II como Chefe do Estado, para avançar com a mudança legislativa,[sic] que permitirá o acesso ao trono a qualquer herdeiro, independentemente deste [sic] ser do sexo feminino ou masculino (a chamada lei sálica, que ainda vigora em Espanha, no Mónaco e no Lichtenstein)» («Gémeos lançam polémica na linha de sucessão», Raquel Costa, Diário de Notícias, 5.12.2012, p. 53).

      Talvez a jornalista saiba do que se trata, mas o texto diz outra coisa. A lei sálica foi introduzida na França pelos Francos Sálios, um dos ramos principais dos Francos, que excluía as mulheres do trono.

 

[Texto 2402]

Como se escreve nos jornais

Ao que chegaram

 

 

      «A nova legislação, que Nick Clegg, vice-primeiro-ministro britânico[,] descreveu como “momento histórico para o país e para a monarquia”, introduzirá outra alteração: o fim da proibição do casamento de elementos pertencentes à linha de sucessão ao trono com pessoas que profeçassem a fé da Igreja Católica Romana» («Gémeos lançam polémica na linha de sucessão», Raquel Costa, Diário de Notícias, 5.12.2012, p. 53).

      O artigo tem outros, e muito graves, erros, mas este é simplesmente inadmissível numa jornalista.

 

[Texto 2401]