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Linguagista

«Accionista fiduciário»

Uma questão de confiança

 

 

      «Ter “fiduciários” em cargos de gestão – ou seja, alguém que aparece no papel em vez dos verdadeiros gestores – é uma prática comum em paraísos fiscais. No caso da Pineview Overseas a informação pública disponível é apenas sobre a composição da empresa e nada existe sobre os proprietários nos registos oficiais disponíveis no Panamá» («Administradores da dona da Newshold ocupam cargos iguais em milhares de empresas no Panamá», Joana Gorjão Henriques, Público, 19.12.2012, p. 2).

      Aqui está usado como se fosse substantivo (e por isso das aspas, mas desnecessárias), mas não é, como se comprova por um trecho mais à frente: «A SFM Corporate Services S.A, empresa com sede na Suíça, diz no seu site que o “accionista fiduciário é designado para impedir que o verdadeiro proprietário da empresa seja associado publicamente à propriedade da empresa”» (idem, p. 3).

      O adjectivo «fiduciário» está relacionado, como logo se percebe, com confiança — que depende de confiança, que revela confiança —, mas a acepção usada no contexto é outra: «que faz as vezes de outro».

 

[Texto 2445]