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Linguagista

A melhor profissão do mundo

Ficção é ficção

 

 

      «Quando a figura do lector de tabaquería nasceu, em 1865, só em Havana haveria mais de 500 fábricas de charutos com 15 mil operários, 85% dos quais analfabetos, escreve Bernardo Gutiérrez, na revista Qué Leer em 2005. É este jornalista que lembra que Compay Segundo, o mítico embaixador do son, que morreu em 2003, foi operário nas fábricas de tabaco da H. Upmann e da Montecristo por mais de 40 anos. Segundo dizia, tivera a melhor profissão do mundo, a única em que era possível ler enquanto se trabalhava. Hoje serão entre 250 e 300 os leitores nas fábricas de charutos cubanas e a sua função mantém-se inalterada» («Em Cuba, ler jornais, Dumas e Balzac dá direito a ser património nacional», Lucinda Canelas, Público, 31.12.2012, p. 22).

      Ainda recentemente li um romance em que se afirmava que já não havia leitores nas fábricas de charutos cubanas. Ah, a propósito: no Brasil, usa-se a palavra charutaria para designar a fábrica de charutos.

 

[Texto 2471]

«Maré-viva»?

Contribui para isso

 

 

      «Uma baleia deu ontem à costa no areal da Figueira da Foz, na zona da chamada praia do Relógio, morta e já em estado de decomposição. Segundo o comandante do porto, Rui Amado, o animal terá sido arrastado para o areal “por ação das marés-vivas” destes dias, permanecendo junto à água. A zona onde o animal se encontra foi delimitada por meios da Polícia Marítima para que a Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem pudesse proceder a análises antes da remoção do animal» («Baleia morta deu à costa na praia da Figueira da Foz», Público, 31.12.2012, p. 11).

      Já a tínhamos visto aqui sem hífen, mas neste caso o jornalista entendeu que a devia grafar à semelhança de maré-alta e maré-cheia. Continua ausente dos dicionários gerais da língua, o que muito contribuirá para estas hesitações e significado preciso.

 

[Texto 2470]