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Linguagista

Léxico: «carrinha celular»

Estamos sempre a tempo

 

 

      «A carrinha celular partiu do Estabelecimento Prisional de Braga, transportando reclusos que seriam julgados no Tribunal de Guimarães e foi já quase a chegar à cidade que, na descida da autoestrada, após o alto da Morreira, na freguesia de Brito, que [sic] o veículo entrou em despiste» («Reclusos e guardas prisionais feridos em acidente na A11», Diário de Notícias, 30.01.2013, p. 21).

      Só hoje, depois de eu ter feito a sugestão, é que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora passou a registar a locução carrinha celular.

 

[Texto 2555]

Outros em «-cídio»

Incompleto

 

 

      E, a propósito, fui ver como trata o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora os termos terminados em –cídio. Trata mal. Assim, se regista gaticídio, o acto ou efeito de matar gato(s), não regista avunculicídio, a morte do tio materno. Pior ainda: regista animicida, aquele ou aquilo que mata a alma, e não regista animicídio. Chega, como amostra. Para uma pequena lista de termos com este elemento, ver aqui no Assim Mesmo.

 

[Texto 2554]

Sobre «austericídio»

O contrário do que se pretende

 

 

      «“Este contexto de pressão coletiva, em resultado da política de ‘austericídio’ que o governo e a troika estão a levar à prática, afeta todas as famílias portuguesas. E as mulheres nas famílias são quem mais paga os custos”, afirmou [Ana Gomes], em Bruxelas, em declarações ao DN» («Ana Gomes acusa Governo de “austericídio”», J. F. G., Diário de Notícias, 30.01.2013, p. 12).

      Mau! Mas Ana Gomes não estará a dizer precisamente o contrário do que pretende? Austericídio só pode ser a morte da austeridade, como «homicídio» é a morte de uma pessoa praticada por outra. A eurodeputada socialista queria dizer talvez democídio, que é a morte do próprio povo às mãos do Estado.

 

[Texto 2553]

 

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