Sem surpresa
«Mais de 20% das receitas dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) são já proporcionadas pela lotaria instantânea, mais conhecida por “raspadinha”. [...] No caso da “raspadinha”, o seu sucesso está relacionado com alterações ao jogo, como os prémios mais substanciais (o que por sua vez implica apostas de valor mais elevado), como o “super pé-de-meia”, que podem chegar a 2000 euros por mês durante 12 anos. A “raspadinha” já é, aliás, a segunda maior fonte de receitas, tendo ultrapassado o Totoloto» («Santa Casa fecha 2012 com maiores receitas de sempre nos jogos sociais», Luís Villalobos, Público, 2.01.2013, p. 14).
Sem aspas é que os jornalistas não podem passar. O nosso melhor cronista também gosta muito das aspas. Raspadinha já está no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora: «jogo de azar em que se raspa o revestimento de um cartão para descobrir se se tem algum prémio». E lá anda o «super» pendurado no ar. Por fim, «jogos sociais» também é, sem surpresa, ignorado de todos os dicionários.
[Texto 2475]