Corrijamos a monstruosidade
Eis o último parágrafo do texto de Maria Alzira Seixo hoje no Público a propósito do Acordo Ortográfico de 1990: «É tempo, é ainda tempo! Se saber escrever foi, até hoje, caminho para pensar melhor, com o Acordo Ortográfico pôr-se-ia em prática a máxima ideal para Governos opressores ante os cidadãos que governam: quanto mais analfabetos, melhor... Ora isto não se compadece com um passado de Abril, e se alguém sai beneficiado não é, pela certa, o cidadão, nem a cultura, nem a política — pelo menos a de espinha direita! Saúde-se, pois, o baque de consciência de Evanildo Bechara, e a hora feliz em que Dilma Rousseff atalhou: “Alto! e pára o baile” — em vez de “para o baile”, como quer o Acordo, que tira o acento a “pára” assimilando-o a “para”, confundindo movimento com inacção, numa simbólica emblemática dos seus confusos objectivos. Contra esta confusão do entendimento, corrijamos de vez a monstruosidade que nos sai tão cara: em dinheiro que não temos, e no saber que é nosso, e alguns se interessam em destruir» («O Acordo Obscurantista», Maria Alzira Seixo, Público, 10.01.2013, p. 47).
[Texto 2496]