«Alguém» ou «ninguém»?
Será mesmo exigido pela língua?
«Era o fidalgo a única pessoa que exercia influência em Bento de Araújo, e tamanha que pudera arrancar-lhe alguns mil cruzados a juros, sob juramento de não dizer a alguém que lhos devia» (Novelas do Minho, 1.º vol., Camilo Castelo Branco. Fixação do texto e nota preliminar pela Dr.ª Maria Helena Mira Mateus. Lisboa: Parceria A. M. Pereira, 1971, p. 213). Já tratei desta questão vai para sete anos. Outro Araújo, o excelso João de Araújo Correia, na obra Enfermaria do Idioma, afirma que uma das cismas de Camilo era, em certas frases, «substituir o alguém da sua cachimónia ao ninguém exigido pela sua e nossa língua» (p. 188). Se antes me pareceu que Araújo Correia tinha razão, hoje já tenho dúvidas.
[Texto 2514]