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Linguagista

Léxico: «mentar»

Não é, não

 

 

     «— Andai, pois, ieramá, andai; e vós com êle, D. Eleazar. Ide ver se guareceis Fernão Martins de sua dor. Quant’á vós, ichacorvos, olhai que se cuidais poder ser volteiro a vosso sabor, por já não terdes a orelha esquerda... mentai bem isto que vos digo... tendes ainda a orelha direita, que, jurami, vos não será muito tempo na cabeça, se assim continuais a resistir à justiça da cidade» (A Última Dona de S. Nicolau, Arnaldo Gama. Porto: Casa Editora de A. Figueirinhas, Lda., 1937, p. 79).

      No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, podemos ver que «mentar» é termo usado em Cabo Verde e que significa mencionar, nomear. Mais: «Do crioulo cabo-verdiano mentâ(r), a partir do termo arcaico mentar, “idem”).» Corpo de Deus consagrado! Qual idem, qual quê! Mentar, em português arcaico, significa fazer lembrar.

 

[Texto 2524]

Léxico: «camalhão»

Para não a esquecermos

 

 

      «À sua frente esvoaçam quilómetros de plásticos presos às armações das estufas, depois de terem sido arrancados pelo temporal. Os morangos, ordeiramente plantados em camalhões (porção de terra entre dois sulcos), ficaram assim a descoberto e estragaram-se com a chuva e o vento. Os agricultores dizem que ficaram “queimados”. E comparam as poucas plantas que têm as folhas viçosas com a maioria que o vento queimou» («Vinte horas de vento forte destruíram plantações de morango do Oeste», Carlos Cipriano, Público, 21.01.2013, p. 8).

 

[Texto 2523]